CLASSIFICAÇÕES
Classificações são feitas por vários motivos; entre eles, podemos citar:
1. Organizar a variadíssima coleção de seres vivos que habitam o nosso planeta com o objetivo de facilitar seu estudo;
2. Indicar a filogênese: a seqüência com que os seres vivos surgiram no planeta ou, mais especificamente, a história evolutiva de cada grupo. Desse modo, conseguimos descobrir o grau de “parentesco evolutivo” entre os diversos grupos de seres vivos.
Algumas dicas de critérios da classificação:
- Em princípio, quanto maior a semelhança entre dois grupos, maior seu grau de parentesco, isto é, mais próxima sua origem evolutiva. Em outras palavras, menor é o tempo em que ambos divergiram a partir de um ancestral comum.
- Quanto mais distantes forem duas espécies, maior será a diferença nas seqüências de DNA das duas espécies;
- Quanto maior a diferença na seqüência de aminoácidos, maior a distância evolutiva entre as duas espécies.
Cientistas costumam utilizar critérios para classificar os seres vivos. Vários tipos de classificação são possíveis.
Ao longo da história foram criados vários sistemas que tentaram agrupar os seres vivos.
Aristóteles (384 - 322 a.C.), em De Anima , traduzido para o árabe, dividia os seres vivos em plantas e animais agrupados de acordo com semelhanças. Os animais eram divididos em Vertebrados, ou animais de sangue vermelho, e Invertebrados, animais sem sangue vermelho.
Teofrasto, discípulo de Aristóteles, descreveu todas as plantas conhecidas no seu tempo, classificando-as pelo tamanho em árvores, arbustos, subarbustos e ervas.
Santo Agostinho – séc. IV – dividia os animais em Úteis, Nocivos e Indiferentes em relação ao Homem.
Os sistemas de classificação até o começo do século XVIII dispunham de um número extremamente limitado de características dos organismos que estavam sendo analisados. A classificação dos animais, por exemplo, era feita de acordo com sua forma de locomoção: caminhantes, saltadores, voadores, nadadores.
No século XVIII surgiu a classificação com base na divisão dos seres em três reinos: Vegetalia ou Plantae, Animalia e Mineralia. Posteriormente, os seres vivos forma divididos em reinos: Protista , Plantæ , Animalia .
No século IXX foi sugerida a divisão em quatro reinos:
Reino Monera - bactérias e cianobactérias
Reino Protista - algas, protozoários e fungos
Reino Plantæ - de musgos até angiospermas
Reino Animalia - desde esponjas até os mamíferos.
A classificação em cinco reinos usa critérios como o TAMANHO celular, seu tipo de ALIMENTAÇÃO, o TIPO CELULAR e o NÚMERO DE CÉLULAS.
A classificação em Reinos utiliza também, dentre outros, estes critérios. Esta classificação divide os seres em:
Reino Monera – unicelulares, micoscópicos, procariotos; podem ser autótrofos ou heterótrofos;
Reino Protista – unicelulares, micoscópicos, eucariotos; podem ser sutótrofos ou heterótrofos;
Reino dos Fungos – uni ou pluricelulares, com células eucatióticas; são todos heterotróficos;
Reino das Plantas – pluricelulares, com células eucatióticas; são todos autótróficos;
Reino dos Animais – pluricelulares, com células eucatióticas; são todos heterotróficos.
Você sabe o significado de cada uma das palavras acima? Pergunte e discuta!
A classificação de Carl Woese, porposta em 1990, é construída a partir de uma árvore filogenética baseada na configuração do rRNA, mostrando a separação dos grandes grupos biológicos: Bacteria; Archaea e Eukaryotes.
Domínio Eubacteria, que inclui as bactérias;
Domínio Archaea, anteriormente chamado Archaebacteria, que inclui os procariontes que não recaem na classificação anterior;
Domínio Eukaria, que inclui todos os eucariontes, os seres vivos com um núcleo celular organizado.
A classificação não inclui os vírus porque é difícil caracterizá-los como seres vivos.
Outras classificações
Além da classificação de Carl Woese, tem outra porposta a vida na Terra em três domínios, geralmente designados como os três super-reinos, tendo como base a estrutura fundamental do organismo:
Super-reino Eukaryota, incluindo os organismos com célula eucarionte
Super-reino Prokaryota, incluindo os organismos com célula procarionte
Outra alternativa é o sistema dos seis reinos, no qual os domínios são os reinos tradicionais da biologia moderna:
Com o avanço nas pesquisas o entendimento do grau de proximidade entre as espécies de seres vivos, vão surgindo novas propostas de classificação. Por isso, mais importante que “decorar” os sitemas de classificação, é entender os critérios que orientam essas classificações.
A. Trubat & M.F. Barroso, Seres vivos - Textos e experimentos para o ensino de física e de ciências. Materiais do LIMC elaborados para a REDE Nacional de Formação Continuada de Professores da Educação Básica, da SEB/MEC (E-LIMC, 2008, 60 p.)
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